retalhos cerzidos

"eles passarão... eu passarinho"

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replica...
Segunda-feira, 28 de novembro de 2011 21:02
De: s.m. <chifradora@terra.com.br>
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Para: g.t. <galhudo@yahoo.com.br>

Germino: Tento bravamente resistir ao desejo de te falar algumas coisas, mas hoje, sinceramente, não está dando pra segurar. Quero te deixar em paz e me deixar em paz, mas isso é impossível, revendo mensagens, relendo escritos e publicados, agressões com palavras indecorosas e impublicáveis.
Embora isso não t
enha mais importância afetiva pra mim, emocional e racionalmente preciso te dizer e deixar registrado, que você está cometendo a maior injustiça da sua vida.
Embora alguns fatos indiquem claramente para o norte em que hoje você acredita, preciso te dizer que você está enganado. Nem sempre os fatos e o que entendemos deles revelam a realidade. Um dia, quem sabe?, você consiga ver a realidade como ela realmente foi e é. E se eu insisto, é por conta só do respeito a essa única verdade. Por mim somente em parte, mas principalmente porque é muito difícil imaginar que você, Germino, esteja fazendo um julgamento SOBRE MIM, equivocado e injusto.
Muito difícil seguir a vida com esse peso dentro de mim. Fosse qualquer outra pessoa, que pensasse de mim coisas tão terríveis, eu pouco estava me lixando. Mas você, com quem convivi durante 16 anos? Não.
Você recortou alguns dados e montou  um mosaico negro e distorcido. Para você, hoje, as pedras desse quebra-cabeças podem estar muito bem encaixadas, mas o tempo te mostrará que muitas delas nunca se encaixaram, e que com a visão borrada de raiva, você desenhou o que quis.
Vivemos alegrias e dramas, mas nunca pude imaginar, nem em nossos piores momentos, que fosse esse o nosso fim. Nunca pude imaginar de passar por nada parecido com isso na minha vida!!!
Não teria motivo de insistir, como faço agora, se não estivesse apoiada em fatos reais.  Deixaria apenas o tempo passar... 
Acredite: com todas as suas "esquisitices" sempre te admirei como pessoa e como homem. Estive ao seu lado de forma inteira, tentando sempre te ajudar e nos ajudar.  Fui fiel a você e à nossa estória durante todos esses anos. E, nunca te traí.
Precisava deixar isso registrado claramente.
S.


treplico!
Terça-feira, 29 de novembro de 2011 11:02
De: g.t. <galhudo@yahoo.com.br>
Exibir informações de contato
Para: s.m. <chifradora@terra.com.br>

Paiol Velho, terça-feira, 29 de novembro de 2011.

S.,
você inspirou-se em me replicar mas disse xongas; eu treplico:
  • Nem sempre os fatos e o que entendemos deles revelam a realidade”. Fato é fato, é realidade e ninguém a aparta da verdade! Como interpretá-lo pra digerir, bem, aí fica por conta do chifrudo.
  • “... respeito a essa única verdade”, em cores quentes foi o que li de você ao Queridíssimo.
  • “... é muito difícil imaginar que você, Germino, esteja fazendo um julgamento SOBRE MIM, equivocado e injusto”. Eu não julgo; em seu bilhete àquele, você a você mesma deliberou.
  • Muito difícil seguir a vida com esse peso dentro de mim”. Ser desvelada corneando por dezesseis anos é fardo pesado!
  • Você recortou alguns dados e montou  um mosaico negro e distorcido”. Aí talha, parafraseia uma imagem que criei: ajunto pedrinhas e com elas monto um edifício, quiçá aranha-céu. Na consulta que o Computa do pau marrom fez a você sobre como ele passaria a lábia em mim, te foi passado o que lhe disse. Ó, a mulher deste cínico não “engoliu essa parada”.
  • “... com a visão borrada de raiva, você desenhou o que quis”. Não sei desenhar; fotografo, e bem. E embora ± saiba mexer no Photoshop, esses flagrantes eu não os editei — estes são estes!
  • Vivemos alegrias e dramas…”. Por dezesseis anos, vivi farsa!
  • Não teria motivo de insistir, como faço agora, se não estivesse apoiada em fatos reais. Deixaria apenas o tempo passar...”. Fala fala e diz porra nenhuma! Em que fatos se apoia, Jararaca? Diz! Sei, deixar o tempo passar, este é o remédio que a você mesma sempre prescreve: Ardil ardileza (genérico) — fico em banho-maria, no vazio, vai indo vai indo e o paspalho aqui esquece.
  • “... com todas as suas ‘esquisitices’ sempre te admirei como pessoa...”. Esquisito é, nos dias de hoje, ser inteiro. E como você é incompleta, dúbia, considerava a minha inteireza.
  •  “Fui fiel a você e à nossa estória”. Muito cara dura! “Estória” é ficção — e referindo-se a esta, q’eu saiba só Guimarães Rosa e uns tantos da antiga assim a referiam, mas há muito se grafa com H. Sua antonímia é realidade, acontecido, é evento. Sei, não precisaria me lembrar de que o que vivi com você, desconhecendo a arapuca em que me meti, foi enredo fantasioso!
  • Nunca pude imaginar de passar por nada parecido com isso na minha vida!!!”. E eu, hein, em tempo algum divaguei de — por dezesseis anos —, d’eu ser corneado!
  • Por fim, você “Precisava deixar isso registrado claramente”; e eu preciso deixar essa safadeza averbada publicamente.
Tô exausto, tô tão cansado das tantas frustrações e decepções que tive neste ano! O que não poderia fazer ideia é q’ele culminasse com essa treta, esta desdita. Tem vez que receio ter um treco...
  Doído, ando doido pra capinar fora do Paiol Velho, pouso que sempre te recebeu tão bem, S.. À sombra do jamelão, ao alpendre, ao quarto, à cama... Disso tudo, com asco nunca deslembrarei.
  Vergonha não tenho não; vergonha na cara quem deveria ter é a deslavada desvelada que chifra, não eu, o chifrado. Mostro minha galhada a todos — aos que têm pouca afinidade com leitura, ululo.
Assim que a fiel Alfa, esta sim, quando ela se aprumar zarpamos.
  S., você me deu uma puta facada: quando nos separamos agora em meados de julho, eu amuei, é, fiquei um tempo amuado, mas foi indo e desanuviei, desenfadei. É quando volto a ler, a escrever, assistir a filmes, ouvir músicas... coisas que por um tempo deixei pra lá. Fui a Mar de Espanha. Inclusive até, diminuí consideravelmente o cigarro e a cachaça — teve dias que me abstive dos dois, e até fiquei bem. Aí vem você a me cutucar, sonsa me chama pra voltarmos. Resisti mas logo cedi — vislumbrei que com as porradas em nós nos dada, com elas poderíamos ter aprendido e, enfim, juntos tocaríamos uma vida boa...
  Mas, porra, em pouco tempo, nem mês, acontece isso. Puta merda, q’eu estivesse como estava! Ao menos não lembraria as alegrias e as dificuldades desses dezesseis anos como agora, as ojerizando.
  Coisa de varrido dizer que o Queridíssimo B., o amante, é eterno e, independente de com quem esteja, dele não abre mão. Você não o assume como marido, S., por saber que será traída! Dois iguais, ambos têm compulsão a trair — o Computa taí pra não me deixar mentir. Sei, este é um reles passa-hora que só te serve pra quando tiver problemas em sua “máquina” encarquilhada, e então ardorosa o chama pra com aquilo marrom a assista.
  O seu lema é trair, sim; ser traída, jamais!
  São duas três, neste rio nem sei quantas traíras têm!
  Você me queria de volta, S., por ter a certeza q’eu, como sempre, ficaria embromado qual palerma; e como sempre, você incólume vadiaria!
  Germino
  Em tempo: CÂMBIO FINAL!
Germino da Terra
Enviado por Germino da Terra em 05/12/2011
Alterado em 06/12/2011
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