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pum!
... — Oi, que bom que você apareceu! Eu ‘tava mesmo precisando conversar... — Ué, então por que não me ligou, menino?!... — Não sei, eu num sabia se você iria querer estar comigo... — Ah, Mino! Li o que publicou em seu site... Eu ia te ligar, mas me lembrei que você não sabe falar ao telefone. Mesmo com abreviações de nomes — “S.” e outras —, saquei tudo. Você já se referiu a ela por “Açucena”, por “Carmen”, seu primeiro nome, agora usa a primeira letra de como ela é chamada. Tô sentindo que daqui a pouco usará as iniciais do nome completo, e depois o próprio por extenso. Vê lá! Mas que porrada que tu levou, hein! — É... Por eu te pedir pra gente se afastar, q’eu iria tentar voltar pra S., achei que você teria ficado chateada comigo... — E fiquei, né, mas fiquei mais por que sabia que não daria certo, que mais uma vez você iria se foder — só não imaginei que seria tão logo. Nem tem mês, tem? Tu nem sabe o que a boca miúda corre poraí, há muito, sobre aquela pessoa. Neguinho disfarça por que é a dotôra, mas por trás cai de pau. Só você, cego e surdo, que não sabe. Se você fosse igual, teria me proposto a ficar com ela e se amoitando comigo — que nem ela e o “Queridíssimo”. É, mas eu não iria topar... — Eu sei. É, faz mês, ou menos... Mas, diz, quê que corre poraí... — Ah, deixa pra lá! Tu já tá fodido pra caralho. Ó, li isso e li quase tudo que escreveu. Gostei dos textos eróticos, os nossos, com imagem e tudo... E ainda usou o meu nome verdadeiro, safadinho. Pela divulgação de minha privacidade, eu poderia te processar, hein! Outro dia eu te falo dumas outras coisas. — O quê? — Só te digo q’eu, como advogada, fiquei preocupada e até dei pro meu patrão ler, o dono do escritório lá no Rio, dei pra ele avaliar se não poderiam te encrencar judicialmente com coisas que escreveu sobre esses aí, os do lado. O Doutor disse que tu soube manejar a pena... Mas depois a gente fala sobre isso. E agora, passado uma semana, como é que você tá? — Olha, ainda não digeri, ainda rumino. Na hora e por uns dias, fiquei irado, você nem imagina! Agora, administro, vamos dizer assim. Meu medo é baixar uma depressão... Pô, tanto tempo acreditando numa pessoa, e ela como atriz... Mas, por outro lado, embora me sinta um tremendo dum paspalhão, estou “aliviado” por finalmente ter descoberto q’eu, por dezesseis anos, fui corno. É, no vazio eu poderia ir indo, qual palerma que vinha sendo, e a S. e aquele, os dois calhordas... E outra, encuco uma coisa... — O quê? — Encuco uma coisa mas ainda aguardo que um cara de Petrópolis retorne um e-mail que lhe enviei. — Sobre o quê? — Amanhã, quando ele já deve ter me retornado, te falo. Há mais coisas poraí do que suponho, mais baixaria! — Deixa pra lá. E aí, a Alfa, tadinha, deixa eu ver ela, como é q’ela tá? — Outra porrada! Vinte pontos, mas tá bem. Agora é antibiótico, repouso... A veterinária aguarda o resultado da biópsia — tomara que o tumor seja benigno! Até prefiro que você nem vá à casinha dela. Vai excitá-la e tenho medo da cerzidura rasgar. Foi uma grana! Vem, vamos pro alpendre? ... — Puta merda!... — Pô, você fala palavrão pra caramba, hein! — E tu, com “pô” e mais “pô”... — Pô é pô, num é “porra”... — Gracinha! Porra, Mino, tu voltou a beber e a fumar! Não tinha parado?! — Pois é, Florinda... Senta aí... Quer q’eu abra o seu vinho? — Faz favor... — Eu quero te contar uma coisa. Mas não fica chateada, não. É meio erótica, hein, mas engraçado, se não patético: outro dia, eu e a S. estávamos na cama, namorando... — Na dela ou na sua? — Na dela. Chupa dali e chupa de cá... — Porra, cara, peraí, tu vai me contar isso?! — Escuta: ela me chupou todo e eu quis pôr nela. Quando eu estava introduzindo, escuto um pum... — Pum? — Peido. Eu imaginei que fosse vaginal — mulher tem essas coisas e escapole mesmo. Mas aí, no ar eu sinto um bodum... — Bodum? — Futum, catinga. Foi anal, logo quando eu ia... Ah, aí num deu, brochei! — Bem feito! Germino da Terra
Enviado por Germino da Terra em 25/11/2011
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