retalhos cerzidos

"eles passarão... eu passarinho"

Textos


Paiol Velho, domingo, 3 de julho de 2011.

Açucena,
outra vez, ontem quando eu chego em casa, tarde, encontro uma mensagem sua no celular. Esta foi pra lá de concisa, hein, lacônica nem dirige mim um oi, Germino —, diz apenas que temos de nos ver ao vivo e a cores por que tem muita coisa pra falar..., e nem dá ao menos um tchau, durma bem.
  Se for pra me comunicar qualquer coisa, pode ser por aqui mesmo — por aqui tô exausto d’eu monologar uma montoeira de coisa variada — livros, filmes, tilápia, sonhos... — e de ao vivo escutar seus comunicados monossilábicos, inda mais neste palco, o alpendre do Paiol Velho. Aqui, nunca mais! Aqui é, sim, pra se conversar sério e amenidades, alegrias e tristezas de cada um ou da vida, não d’eu ser informado de decisões previamente tomadas por outrem.
  Neste ambiente eu e Alfa mais o Dudu ouvimos os passarinhos e telepaticamente auscultamo-nos.
  Sei que o que quer me falar não é sobre angústias, doença nem nada poraí, visto que desde há muito eu deixei de ser o seu ouvinte de coisa boa ou ruim; hoje você tem outros interlocutores que há muito correspondem mais q’eu aos seus momentos bons e ruins — ouvintes de suas sensibilidades, eles têm as próprias pra te retornar e que te dizem bem mais.
  Se não me escrever até amanhã, Açucena, quando irei à lan-house, na quarta-feira eu lá voltarei e, se você tiver me escrito, a escutarei. Senão, fica o não dito pelo subentendido.
  Como desgosta de meu beijo abraçado ao me despedir, te desejo bons dias e boas sortes, sinceros.
  Germino

Germino da Terra
Enviado por Germino da Terra em 03/07/2011
Alterado em 08/10/2011
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